Nissan Pathfinder
Quem viveu de perto a reabertura das importações no Brasil certamente lembra de todo o furor que causou a chegada de tantos modelos de vária...
Quem viveu de perto a reabertura das importações no Brasil certamente lembra de todo o furor que causou a chegada de tantos modelos de várias partes do mundo e de uma só vez. E alguns lembrarão que um dos expoentes dessa época foi a primeira geração da Pathfinder. Sua combinação de aptidão para o off-road, cabine luxuosa e estilo imponente lhe deram sucesso tão grande que não só tornou conhecida a marca que até então fazia sua estreia no país, como ajudou a difundir o conceito de SUV entre nós.
Ao longo destas mais de duas décadas, o modelo trocou de gerações e ficou cada vez mais moderno, mas nunca se desligou das diretrizes que motivaram o êxito da pioneira: o legítimo conceito de utilitário esportivo, em que o requinte e o conforto dos passageiros são um item importante, mas sem tirar a prioridade da robustez de construção herdada dos jipes. Ou seja, segue o caminho inverso ao dos crossovers, que por sua vez são carros urbanos mas que investem em um visual mais lameiro. Porém, a questão é que o surpreendente sucesso que estes últimos vêm conseguindo em todas as partes do mundo não podia passar despercebida pela Nissan. A preferência está ficando cada vez mais forte em favor dos crossovers porque a maioria dos clientes realmente não usa itens como marcha reduzida ou tração 4x4 na maior parte do tempo, de forma que os SUVs legítimos estão mais restritos ao público mais purista. O Pathfinder, então, não poderia negligenciar essa tendência. É interessante notar que ele não virou um crossover, mas seu novo visual tampouco lembra as gerações anteriores em nada.
Sua quarta geração parece querer honrar o nome mais do que nunca. Ela surpreende por como o desenho traz vários elementos característicos dos Nissan mesmo levando em conta que essa marca se tornou conhecida ultimamente por contrariar a tendência de uma só linguagem de estilo para todos os modelos. Ou seja, temos formas musculosas que lhe deixam diferente dos concorrentes e paralamas abaulados que fazem referência a modelos menores como o irmão Juke. Mas ao mesmo tempo ele lembra os sedãs da marca, porque a dianteira alia farois grandes à grade trapezoidal que tanto caracteriza os novos Altima e Sylphy e mesmo o nosso Versa. O mérito vem pelo bom gosto na aplicação desse elemento: em vez de deixar a grade separada dos farois por uma faixa de carroceria em cada lado, conseguiu-se um visual menos carregado que no sedã compacto e ao mesmo tempo mais robusto, porque a moldura da grade do SUV é bem mais espessa – vale notar que suas laterais deram aos farois um efeito de tamanho “extra”, parecido com o recurso usado pelo Fiat Freemont.
Como era de se esperar, a cabine leva sete pesoas com muito conforto. Esse carro chega à versão de produção quase sem nenhuma mudança em relação ao primeiro conceito que se apresentou algum tempo atrás. É a primeira vez que ele deixa de lado a plataforma da picape Frontier, passando a usar a que será compartilhada por um modelo da Infiniti. Esta é a divisão de luxo da Nissan, de forma que a tal plataforma permite mais espaço e sofisticação. Ela mistura revestimentos em cores claras com detalhes de madeira, formando um ambiente aconchegante que faz um bonito contraste com itens modernos como a touchscreen do console central. Cogita-se o uso do motor 3.5 V6 com o câmbio automatizado CVT, que segundo a marca passou por melhorias capazes de deixar o carro 25% mais econômico. As previões de vendas são de começar a operar nos Estados Unidos no último trimestre deste ano.