Fiat Mille e Uno Xingu
Você lembra da série especial que o Doblò recebeu no final de maio passado? Curiosamente depois de pouco mais de sete meses é que ela se es...
Você lembra da série especial que o Doblò recebeu no final de maio passado? Curiosamente depois de pouco mais de sete meses é que ela se estendeu, chegando agora aos dois hatchbacks que formam a base da gama da Fiat brasileira. Assim como a multivan, Mille e Uno homenageiam o filme que conta a história dos indigenistas Villas-Bôas e da criação do Parque Nacional Xingu, ao mesmo tempo que traz excelente custo/benefício para os veículos com três kits de itens que incluem acessórios exclusivos.
Antes de partir para os comentários sobre a série especial, vale a pena dedicar-se à inevitável comparação entre Mille e Uno porque enquanto o mais novo recebe esta novidade apenas como uma a mais, para o veterano é muito provável que estes sejam seus últimos quinze minutos de fama. Se a completa diferença visual não for suficiente, basta lembrar que o novo Uno chegou ao mercado quando o antecessor completou 26 anos de Brasil. Mas isso está longe de ser um demérito: você lembra que na VW se cogitava substituir o Gol primeiro pelo Polo e depois pelo Fox, mas o sucesso de vendas do veterano acabou fazendo os dois procurarem outros segmentos e conviver com ele? Pois na Fiat quem tem o espírito de Highlander é o Uno original. Ele substituía a linha 147 em 1984 com muitas vantagens e apelo futurista e, assim como o pioneiro de Betim (MG), chegou a formar toda uma família de carrocerias – eram o sedã Premio, a perua Elba e a picape Fiorino. Mas quem resistiu ao passar do tempo foi o Uno Mille, de 1990: era a versão de custo muito baixo que quis aproveitar os então recém-aprovados incentivos fiscais do Governo para carros populares. Foi tão bem-recebida que ganhava cada vez mais prioridade da Fiat à medida que a família Uno envelhecia, com versões mais equipadas mas que nunca perdiam o apelo original.
Aliado ao sempre válido argumento de ser um dos veículos mais baratos do país (por vezes chegando ao superlativo), isso fez o Uno resistir à chegada do Palio, em 1996: a família que o sucessor viria a formar deixou o veterano “órfão”, mas o hatchback sobreviveu como veículo de entrada e apenas chamado de Mille. Suas vendas continuaram tão boas que não se ameaçaram nem com a idade do carro, a ausência de mudanças profundas, a chegada de rivais das outras marcas ou mesmo as versões mais baratas do próprio Palio. Foi um sucesso tão grande que motivou a Fiat a criar uma nova geração para ele mesmo mais de vinte anos depois da chegada da primeira, mas dessa vez focando na categoria de entrada já “de nascença”. Agora com a linha modernizada, a Fiat não depende mais do Mille na categoria de base, de forma que poderá cumprir a obrigatoriedade de freios ABS e airbag duplo em toda a linha sem fazer investimentos caros (mas paliativos) em um modelo já muito antigo. Com isso, a “bota ortopédica” dos anos 80 chega ao que só pode ser sua última novidade, um kit de equipamentos que parte da versão Way. Levando o preço a R$ 27.800, o compacto incorpora de série revestimento parcial dos bancos em veludo exclusivo da série, direção hidráulica, limpador, lavador e desembaçador do vidro traseiro, predisposição para rádio e travas e vidros dianteiros elétricos.
Completando as informações sobre a série especial, o irmão mais novo traz comedimento em mudanças visuais bem parecido, contando apenas com os adesivos da série nas laterais e na traseira, mais especificamente entre maçanetas e as janelas do Uno e acima das soleiras no Mille e na tampa do porta-malas de ambos. Mas além disso o modelo mais novo também traz os bancos com veludo exclusivo com regulagem de altura para o motorista e adiciona computador de bordo, direção hidráulica, farois de neblina, parabrisa com faixa dégradé, predisposição para rádio e travas e vidros dianteiros elétricos. Para o Mille a série vem com o pacote Xingu 1, ao passo que o Uno usa Xingu 2 e Xingu 3, respectivamente para suas opções com motor 1.0 e 1.4. Ainda na ordem, eles levam os preços das versões a R$ 33.620 e R$ 37.185. Em ambas animações, os veículos na cor prata são os exemplares da versão Xingu, ao passo que as demais imagens representam as respectivas versões Way convencionais.