Hatches médios
Existem muitos que torcem o nariz para esta categoria. Afinal, pagar o preço de um sedã ou minivan por carros sem o porta-malas do primeiro ...
Existem muitos que torcem o nariz para esta categoria. Afinal, pagar o preço de um sedã ou minivan por carros sem o porta-malas do primeiro ou o espaço interno do segundo parece um contrassenso completo. Isso se explica com que os hatches médios realmente não se importam com sobriedade ou familiaridade. Eles estimulam o lado racional, através da traseira curta que evoca uma esportividade muitas vezes correspondida pelo visual e motores. E eles fazem isso muito bem.
Chevrolet Cruze Sport6: Um engenhoso retrabalho de proporções foi o suficiente. O Sport6 consegue aludir ao Cruze o tempo todo mas sabendo ter personalidade própria. São linhas volumosas que terminam numa estilosa traseira de pretensões fastback. Sua cabine preserva todo o espaço amplo do sedã sem perder muito no porta-malas. Seu preço é salgado, mas ele traz motor e câmbio muito modernos e pacote de itens muito atraente, desde a versão básica.
Citroën C4: Se a versão VTR em que desembarcou aqui pela primeira vez era futurista demais para o seu tempo, seus tempos atuais são a calmaria dos veteranos. Não se pode esperar muito de um carro cuja próxima geração está prevista para o começo do ano que vem, senão um apelo ao custo/benefício. Em nenhum momento deixa de ser bom carro, no entanto. Mas o grande recheio de sua lista de itens só vale a pena para quem não liga para ares de novidade.
Fiat Bravo: Seu pecado foi o excessivo atraso para chegar no Brasil… e as críticas terminam aqui. Ele tem o que a Fiat oferece de melhor, tanto na lista de itens que inclui teto solar e central multimídia com tela de 6,5” como na parte técnica, capitaneada pelo motor turbo da versão T-Jet. É um carro que chama atenção por onde passa, ainda mais em certas opções de cor. E falando em visual, quem consegue resistir às italianíssimas linhas que lembram Ferrari e Maserati?
Ford Focus: Chegou com motor a gasolina numa época em que todo o mercado de nacionais já oferecia apenas flex. Se isso lhe entorpeceu as vendas até hoje, o lado bom é que sua presença rarefeita ainda lhe permite fazer ótima impressão. É um carro de ótima qualidade, com estilo discreto mas caprichado, que usa motores modernos e eficientes e que traz boa lista de itens. Mas a nova geração já foi lançada há algum tempo, e deve aposentar a daqui em breve.
Hyundai i30: Sua campanha de lançamento fez tanto alarde para o custo/benefício que este coreano atraiu hordas de interessados nas revendas. Mas logo as trapalhadas da importadora se encarregaram de refrear os ânimos que o aumento do IPI depois congelaria de vez. Hoje ele ainda tem atrativos quanto aos itens, mas as grandes vendas ajudaram a lhe tirar o sabor de novidade. A nova geração vem em breve, mas é provável que a atual se despoje para seguir.
Hyundai Veloster: A empolgação da marca lhe faz parecer um esportivo legítimo, belo e rápido e sedutor e etc. Já a razão faz ver que ele não passa de um hatch do nível dos outros aqui presentes, ainda que com visual muito mais elaborado e sem a porta traseira esquerda. É uma ótima opção para ser o centro das atenções na rua, mas sua importadora parece jogar contra ele: já se reclamou de unidades com motor mais fraco que o prometido. E ele é tão caro…
Nissan Tiida: A idade do projeto ainda está na média. Sua cabine é espaçosa, as versões vêm bem equipadas e por bons preços, o motor é eficiente e pode ter câmbio automático. Sua marca é estável e tem bom pós-venda. Então por que o Tiida nunca vendeu bem? Talvez a resposta seja o desenho: suas linhas retas são discretas demais, não têm a personalidade que distingue vários de seus rivais. Mas se você só busca custo/benefício, nisso ele é um dos melhores.
Peugeot 308: Se não é a última notícia na Europa, aqui ele chegou há pouco tempo e tem condições de roubar muitas vendas. Seu estilo é um salto enorme sobre o finado 307, e aposta na sedução das linhas típicas da escola francesa. A cabine segue o sedã 408 no espaço amplo e na fartura de equipamentos, mas aqui temos a opção do Cielo. Ele estreou um 1.6 mais eficiente e também oferece 2.0, ambos flex, mas em breve as coisas melhorarão ainda mais com o motor turbo.
Volkswagen Golf: Este dossiê não podia terminar melhor senão com o rei da veterania. Para quem alardeava em 1998 produzir aqui o exato vendido na Europa, o que falar ao lembrar que hoje o nosso Golf ficou duas gerações atrasado em relação àquele? Ele ainda é excelente de dirigir e a cada ano fica mais equipado, mas nada disso mascara que é o mais antigo entre estes – colaborou para isso o infeliz face-lift de 2005. O auge da decadência foi a a morte do GTI.